Notícias

KIKO ARGÜELLO RECEBE O TÍTULO HONORIS CAUSA DA UNIVERSIDADE FRANCISCO DE VITORIA DE MADRI

Em 25 de outubro, Kiko Argüello recebe, da Universidade Francisco de Vitoria de Madri, o título de Doutor Honoris Causa pelo importante papel do Caminho Neocatecumenal na aproximação entre a Igreja Católica e o judaísmo. Recebe também o mesmo título o rabino David Rosen que, no âmbito judeu, teve um importante papel nesta aproximação. Rosen é o diretor internacional da AJC (American Jewish Committee – Comitê Judaico Americano) para Assuntos Inter-religiosos.

A cerimônia acontece às 14h (horário de Brasília) e será transmitida ao vivo, em idioma espanhol.

Leia a declaração de Kiko Argüello por ocasião do Doutorado Honoris Causa junto ao rabino David Rosen na Universidade Francisco de Vitoria de Madrid


Tradução da matéria “Kiko Argüello, reconocido por ser punta de lanza em las relaciones entre la Iglesia y el judaísmo”, escrita por Javier Lozano, publicada em 3 de outubro de 2021, no portal espanhol Religión en Libertad.

Kiko Argüello, reconhecido por ser “ponta de lança” nas relações entre a Igreja e o judaísmo

A Universidade Francisco de Vitoria de Madri, centro católico que conta com mais de 8000 alunos, decidiu investir como Doutores Honoris Causa ao coiniciador do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello, e ao grande rabino David Rosen. Conforme informa esta instituição, o ato se celebrará no próximo dia 25 de outubro, às 19h (hora local. Às 14h de Brasília).

Este será o quarto doutorado honoris causa que receberá Argüello, responsável internacional de uma das realidades eclesiais mais dinâmicas e importantes na Igreja Católica atualmente.

Em 2009, recebeu-o pelo Pontifício Instituto João Paulo II pela contribuição do Caminho Neocatecumenal na defesa da família cristã. Em 2013, junto com Carmen Hernández, foi investido Doutor Honoris Causa em Teologia pela Universidade Católica da América, nos Estados Unidos. Poucos dias depois, receberam-no na Universidade Católica de Lublin, na Polônia.

Aos 82 anos, após passar pela Covid, que o obrigou a ser hospitalizado, este reconhecimento da Universidade Francisco de Vitoria confirma em sua pessoa o importante papel do Caminho Neocatecumenal na aproximação entre a Igreja Católica e o judaísmo.

Precisamente, um dos grandes interlocutores de Argüello com o âmbito judeu foi David Rosen, com quem compartilhou numerosos eventos e até convivências com rabinos e cardeais. Atualmente é o diretor internacional da AJC (American Jewish CommitteeComitê Judaico Americano) para Assuntos Inter-religiosos e seu Instituto Heilbrunn para o Entendimento Inter-religioso Internacional. No passado, foi o grande rabino da Irlanda e Rabino Sênior da maior congregação judaica ortodoxa da África do Sul.

O Caminho Neocatecumenal e as fontes judaicas

O Caminho Neocatecumenal tem desde seu nascimento uma grande sensibilidade com as raízes judaicas nas quais se sustenta o cristianismo. Bebeu muito destas fontes e a partir delas foi forjando esta proximidade com o povo judeu que serviu de ponta de lança na aproximação da Igreja Católica com o judaísmo durante as últimas décadas.

Um papel de primeira ordem neste âmbito teve a Domus Galilea, a casa que esta realidade eclesial tem ao pé do lago de Tiberíades. Ali, desde que São João Paulo II a visitou no ano 2000, quando ainda estava inacabada, não só passaram numerosos grupos católicos, mas também milhares de judeus que puderam ver os elementos compartilhados entre cristãos e judeus, derrubando assim muros do passado, incompreensões e mal-entendidos.

O desafio de unir bispos e rabinos

Na mesma Domus Galilea foram celebradas convivências internacionais idealizadas por Kiko, Carmen e padre Mario, entre cardeais, bispos e sacerdotes, com rabinos e representantes judaicos de todas as correntes, desde as mais liberais até as mais ortodoxas. Aqui, o papel do rabino Rosen foi fundamental para conseguir que muitos rabinos judeus decidissem dar um passo e participar nesta convivência em uma casa católica.

A primeira delas foi celebrada em 2015 e, por parte da Igreja Católica, participaram 20 bispos e sete cardeais (Pell, Rylko, Toppo, Schönborn, Cordes, Yeom Soo-jung e Romeo). Por sua parte, 120 rabinos estiveram presentes na Domus.

Em um comunicado, ao fim daquela convivência de quatro dias, os rabinos judeus expressaram:

“Ficamos impressionados de como, no Caminho Neocatecumenal, está transmitindo-se a fé aos filhos, as famílias se reconstroem e os fiéis chegam ao conhecimento das Escrituras e às raízes do cristianismo: de tudo isto nasceu um grande respeito e amor pelo povo hebreu.

A homenagem sinfônica e de oração, composta por Kiko Argüello, que recorda a tragédia da Shoah, ajudou-nos a meditar sobre o sofrimento dos inocentes, que hoje continua também entre os cristãos em alguns países da África e do Oriente Médio.

Expressamos nosso comum empenho pela presença de Deus no mundo e nosso comum desejo de trabalhar no tikkun olam, em reparar o mundo, para toda a humanidade, incluindo a crescente preocupação pelo sofrimento dos pobres, um respeito ainda maior pela criação e o reforço da família.

Refletindo sobre Nostra Aetate e a enorme mudança que promoveu, evidenciam-se grandes oportunidades e desafios. Em qualquer caso, deu-se uma enorme mudança dos preconceitos e das divisões do passado, e este evento prenunciam uma nova primavera de amor entre o Hebraísmo e o Cristianismo”.

O sofrimento dos inocentes

Precisamente, neste comunicado faziam menção a outra contribuição de Kiko Argüello na relação com povo judeu, neste caso o sofrimento que padeceu com a Shoah. Fê-lo através da sinfonia chamada “O sofrimento dos inocentes”. Esta foi interpretada por um grupo de músicos do Caminho Neocatecumenal em alguns dos auditórios mais importantes do mundo, onde em cada um havia uma importante presença de judeus. Mas também foi interpretado no Vaticano e inclusive no campo de concentração de Auschwitz.

Ali, diante de um dos símbolos do horror no século XX, estiveram 12 mil pessoas escutando esta sinfonia. Seis cardeais, mais de 50 bispos e dezenas de rabinos escutaram este grito dos inocentes, onde também se contou com a oração El Ma’ale Rahamim, cantada pelo rabino Chaim Adler, cantor da Grande Sinagoga de Jerusalém, em que se reza pelas almas de todos os assassinados pela perseguição ao povo hebreu.

Na explicação desta obra Kiko Argüello afirmava: “Vemos a Virgem Maria submetida ao escândalo do sofrimento dos inocentes em sua carne e na de seu filho. ‘Ai, que dor! canta uma voz enquanto uma espada atravessa sua alma’.

Que mistério o sofrimento de tantos inocentes que carregam o pecado de outros: incestos, violências inauditas, aquela fila de mulheres e crianças indo para a câmara de gás e a dor profunda de um dos guardas que dentro de seu coração sentia uma voz: ‘entra na fila e vai com eles para a morte’ e não sabia de onde vinha (a voz)”, explicava o compositor.

“Dizem que depois do horror de Auschwitz já não se pode crer em Deus, mas não é verdade, porque Deus se fez homem para carregar Ele o sofrimento de tantos inocentes. Ele é o inocente total, o Cordeiro levado ao matadouro sem abrir a boca, o que carrega os pecados de todos”.

Clique e veja a matéria original